“Se não forem cumpridas as medidas que estão refletidas no estado de emergência, vamos correr o risco de, nos próximos 15 dias, ter um aumento acelerado de casos”, salientou Sílvia Lutucuta, em Luanda, capital do país, numa conferência de imprensa onde anunciou as duas primeiras mortes relacionadas com a covid-19.

Angola registou até ao momento sete casos positivos da covid-19, relativos a viajantes que regressaram a Angola nas últimas semanas provenientes de Portugal.

“Por esta altura ainda só temos casos importados”, assinalou a governante, acrescentando que se vive uma emergência de saúde pública para a qual todos os angolanos são chamados a colaborar.

“Podemos assumir que o país está em quarentena domiciliar”, afirmou Sílvia Lutucuta, reforçando que as pessoas devem ficar em casa.

Para a ministra, “o segredo é começar o isolamento, as pessoas cumprirem”, fazer-se “o rastreio em massa dos casos suspeitos” e, assim que “sejam detetados casos positivos e seus contactos, isolar, isolar, isolar”, de forma a garantir que a cadeia de transmissão não seja tão rápida.

Segundo a governante, o número de pessoas em quarentena institucional (atualmente são mais de mil) tem vindo a aumentar, pois entraram para os centros pessoas que foram intercetadas nas fronteiras terrestres, outras que foram identificadas a violar a quarentena domiciliária e contactos de casos positivos.

Sílvia Lutucuta adiantou que hoje houve “uma redução marcada de circulação de pessoas nas ruas” e sublinhou que se as regras não forem acatadas “medidas mais reforçadas serão implementadas” para demover os cidadãos de andarem na rua sem necessidade.

A ministra referiu igualmente que Angola está também a participar em trabalhos de investigação sobre o comportamento da doença, “porque as comorbilidades não são as mesmas dos quatro cantos do mundo”.

Em Angola, existe “uma carga importante de doenças infecciosas endémicas”, pelo que não se sabe como será o comportamento da covid-19 em conjugação com outros problemas, como a malária, malnutrição ou tuberculose, salientou.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 667 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 31.000.

Dos casos de infeção, pelo menos 134.700 são considerados curados.